Pesquisa inédita foi publicada na última edição do IJCS
Rotina de treinamentos físicos em pacientes com síndrome de apneia obstrutiva do sono (SAOS) pode melhorar tempo de relaxamento isovolumétrico (TRIV) do ventrículo esquerdo, indica novo estudo publicado na última edição do International Journal of Cardiovascular Sciences (IJCS), periódico editado pela Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). No artigo Effects of Exercise Training on Left Ventricular Diastolic Function Markers in Patients with Obstructive Sleep Apnea: A Randomized Study, 38 pacientes sedentários com SAOS foram separados aleatoriamente em dois grupos: submetidos a treinamento físico ou não.
Segundo o estudo, não havia informação disponível sobre os efeitos do treinamento físico nos marcadores de função diastólica do ventrículo esquerdo em pacientes com SAOS sem outras grandes comorbidades. Por isso, o estudo excluiu pacientes com obesidade grau III, doenças cardiopulmonares, doenças renais crônicas, diabetes, histórico de transtornos psiquiátricos, hipertensão, uso de medicamentos que afetam o sono ou o sistema vascular, assim como fumantes ou com abuso de álcool e pacientes já tratados de qualquer forma em relação à SAOS. Os autores ainda afirmam que “os grupos foram semelhantes em várias variáveis de base que podem influenciar os parâmetros da função diastólica de base, incluindo IMC, nível de atividade física (capacidade funcional), idade, sexo e função sistólica”.
Os participantes do estudo foram submetidos a 72 sessões de exercício aeróbico, exercícios de resistência e treino de flexibilidade. Para aferir os resultados, foram realizadas polissonografia, teste de exercício cardiopulmonar e ecocardiografia no início e no fim do estudo. A pesquisa ainda aponta que mudanças no TRIV estiveram associadas com melhora da gravidade do sono, com correlação significativa entre essas mudanças e o índice de despertares.
Os autores destacam que “o treinamento supervisionado melhora a gravidade do sono e a capacidade funcional, e pode impedir a progressão de anomalias diastólicas no parâmetro TRIV cardíaco, pelo menos nas fases iniciais, antes de poderem ter desenvolvido grandes alterações estruturais. Esses resultados conferem um papel importante a esta estratégia não farmacológica no tratamento da SAOS moderada a grave”.
TEXTO: Sociedade Brasileira de Cardiologia